Pescadores auxiliam a colocação da primeira marca eletrônica em torneio do YCI

Equipe Camargue, na qual embarcou o professor Alberto Amorim, responsável pela colocação de um MiniPet em um marlim azul, na etapa de 1 de dezembro.

Parceria entre a pesca esportiva e pesquisa proporcionaram a colocação da marca eletrônica, tipo MiniPets (Wildlife Computers), num marlim-azul durante a 2ª etapa do XXIX Torneio de Pesca Oceânica: Marque e Solte do Yacht Club Ilhabela, no dia 1 de dezembro.

A ação foi coordenada pelos professores Alberto Amorim, do Instituto de Pesca de Santos (Secretaria da Agricultura do ESP) e Eduardo Pimenta, da Universidade Veiga de Almeida-UVA, com recursos da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

A marca foi colocada pelo prof. Amorim apoiado pela equipe da lancha Camargue, do comandante Alex Malafaia, com Suzana Galicia Malafaia, Maneco Carrano, Pico Queiroga, Caramuru e Luciano.

MiniPet

Figura 1*. A MiniPet (marca eletrônica) é composta de Antena Argos (a); sensor de temperatura (b); porta de comunicação com plugue (c); sensor de luz (1 de 2) (d); flutuante (e); pino de liberação (f); LED ( g); sensor seco/molhado (h); placa de aterramento (i); sensor de luz (2 de 2) (j); e sensor de pressão (k).

A MiniPet foi fixada no dorso do peixe e está programada para se desprender automaticamente após um ano. Desprendendo-se do peixe, e ao atingir a superfície da água, transmite todas as informações armazenadas no período para o satélite Argos e depois para computadores, em terra.

A MiniPet foi programada para Auto Start, que permite que a marca comece a funcionar por submersão na água do mar (para uso em contato com água salgada.  Caso o peixe morra, a função Auto-Detect Mortality libera automaticamente a marca por hidrolise.  Caso o peixe mergulhe mais 1.400 metros de profundidade a marca será liberada automaticamente, através do uso de uma guilhotina.

A marca eletrônica irá armazenar as seguintes informações: deslocamento, profundidade do peixe, temperatura, salinidade e oxigênio dissolvido da água entre outros parâmetros oceanográficos. Quando se desprender do peixe, irá flutuar na superfície do mar e transmitir todas as informações ao conjunto de satélites ARGOS (Figura 1).

O objetivo do projeto é colocar outras quatro marcas eletrônicas (MiniPets) durante o Torneio Marque e Solte de Pesca Oceânica do Yacht Club Ilhabela que acontece de novembro a dezembro de 2018.

O YCI foi pioneiro no apoio à pesquisa, iniciada durante a temporada de 1992/93, quando teve início o Programa de Marcação de Peixes-de-Bico usando marcas convencionais feitas de hydron, uma espécie de náilon também usado em cirurgias em humanos.  As primeiras pesquisas iniciadas no mundo usando este tipo de material trouxeram muito conhecimento sobre o comportamento dos peixes-de-bico.

Hoje com as marcas eletrônicas as informações são mais acuradas e de mais rápido acesso, o que permite um maior desenvolvimento da pesquisa destes magníficos animais marinhos, que são o caminho certo para sua conservação.

Alberto Amorim e Eduardo Malavasi, coordenadores do projeto de instalação das tags eletrônicas.

O aluno Osman Crespo Neto, defendeu seu Mestrado na Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016 sobre a “Utilização de habitat e movimentos migratórios do marlim-azul (Makaira nigricans) no Oceano Atlântico Sul. Ele chegou a colocar 16 marcas eletrônicas do tipo PSAT Pop Up, por cerca de 4 meses, baseados em Canavieiras (BA) e Rio de Janeiro (RJ).  A linha tracejada na imagem superior representa a isoterma de 25ºC no período do ano em que os marlins foram rastreados (Figura 2).

Com este projeto pretende-se conhecer o padrão de migração do marlim-azul no Oceano Atlântico, assim sendo as marcas irão permanecer no peixe por 12 meses.

A trilha mais provável para marlins azuis marcados frente a Canavieiras (BA), na Área I, e frente ao Rio de Janeiro (RJ), na Área II.  A linha tracejada na imagem superior representa a isoterma de 25ºC no período do ano em que os marlins foram rastreados.

* Figura retirada Dissertação de Mestrado da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.

Alberto Amorim
Eduardo Pimenta
Christina Amorim

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